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Mostrando postagens de março, 2015

Ignorar e punir

Noite dessas, durante um divertido jantar de família, um tio me contou um conto que agora acho por bem recontar. Sem aumentar um ponto, assim prometo. Dizia ele que, quando criança, ouviu um colega na escola chamar outro de fresco. Sem saber do que se tratava, mas supondo que fosse uma forma qualquer de tratamento, registrou a palavra no cofre. Assim foi que, em pleno almoço, estufou o peito e, voltando-se para o irmão menor, estreou a aquisição: - Ei, fresco, passe o arroz. O relâmpago acendeu nas bochechas de vovó, o trovão desceu sobre a mesa no cinto de vovô, a água escorreu dos olhos do meu tio - que escapou da surra, mas não da bronca. Mais tarde, vovó o levou para o quarto e explicou que fresco era uma coisa feia e chamar alguém disso, um insulto. Mas o que é fresco? - ele quis saber. E ela, fazendo um sinal de metade com as mãos para encerrar o assunto, respondeu: - É um homem assim, assim. Anos depois, os dois recordaram a cena e vovó fe

Depois da lista

Sei que o sentimento mais esperado como reação à lista de Janot é a indignação. Mas acordei feliz nesta manhã de céu nublado e vento fresco na Serra da Borborema; quero mesmo é rir. Por sorte, conto com a História, essa dama milenar e bem humorada que, entre um genocídio e uma passeata, serve piadas e paradoxos como tira-gosto aos seus involuntários partícipes. Vejam o caso da lista. Que Lindbergh Farias seja investigado com Fernando Collor pelo mesmo esquema de assalto à Petrobrás é de fazer rir a quem pintou a cara em 1992. Se não for, que se ria de Renan Calheiros, que se prepara para despir a quinta capa da carreira - será gato e terá outras duas no caixa? - e rir de todos nós, do topo da lista, dizendo: "Chamei Collor de príncipe herdeiro da corrupção, depois me uni a ele pra não perder o bonde da história; aí, denunciei o governo paralelo de PC Farias e ganhei cargo de Itamar, fui ministro de Fernando Henrique e sangrei no Senado, mas resisti com