Noite dessas, durante um divertido jantar de família, um tio me contou um conto que agora acho por bem recontar. Sem aumentar um ponto, assim prometo. Dizia ele que, quando criança, ouviu um colega na escola chamar outro de fresco. Sem saber do que se tratava, mas supondo que fosse uma forma qualquer de tratamento, registrou a palavra no cofre. Assim foi que, em pleno almoço, estufou o peito e, voltando-se para o irmão menor, estreou a aquisição: - Ei, fresco, passe o arroz. O relâmpago acendeu nas bochechas de vovó, o trovão desceu sobre a mesa no cinto de vovô, a água escorreu dos olhos do meu tio - que escapou da surra, mas não da bronca. Mais tarde, vovó o levou para o quarto e explicou que fresco era uma coisa feia e chamar alguém disso, um insulto. Mas o que é fresco? - ele quis saber. E ela, fazendo um sinal de metade com as mãos para encerrar o assunto, respondeu: - É um homem assim, assim. Anos depois, os dois recordaram a cena e vovó fe
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