Vento fresco e silêncio a passarinho - eis o prato servido pelas manhãs em Cabedelo. Mas há quarenta dias me mudei e agora são as de João Pessoa que me servem - suor no sovaco, buzina no ouvido. Vencida a quarentena, posso falar do que me vai pelos miolos. Aliás, comecei resmungando, mas quero avançar sorrindo. Em Cabedelo, fica-se refém do carro: nem tudo está ao alcance dos pés e as ruas são de tal forma quietas que se escondem e amedrontam. No Cabo Branco, há efervescência nas calçadas e um aluguel de bicicletas a dois quarteirões do meu abrigo. Coloquei o par de tênis pra trabalhar duro e até aposentaria o carro, não fosse o expediente a dar. Mas nem tudo é paradisíaco neste inferno de quase 40 graus. Apesar de gasta, a metáfora do inferno é necessária. Além do calor, há um problema do cão. Até agora, não se passou um dia sem que eu tenha botado os pés na rua sem topar com cachorros por todos os lados. Há os vadios, à espera de sacos de lixo por
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