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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Um caso ultrapassado

Trinta e dois anos depois, cedi à pressão. De repente, eu me vi com uma célula tão viva na mão que, se for a Florença e passar em frente à Academia de Belas Artes, vai fazer pose de estátua, franzir a testa, olhar de banda e me dizer: fala, homem! Até anteontem, meu papo com a mocinha da loja de celulares era bem rápido: o mais barato, com teclado pra discar e resistência a queda, por favor. Nesse passo, mantive a sanidade enquanto pude. Mas aconteceu de - quanto vacilo! - eu começar a padecer de interesse por fotografias. Meio louquinhas, é verdade, só pra ensejar legendas ainda mais birutas. Mas da foto à boa câmera, bastou um clique. Mal tirei o bichano da caixa, a primeira queda. Mal o levei pra colocar coleira e focinheira, o segundo baque. E ainda nem havia pagado a primeira prestação quando quase o atirei no carro da Emlur! Mas vocês logo verão que o motivo da ira é justo e não me recomendarão sequer meia hora no caroço de milho assad

Novos, cambaleados ou recauchutados princípios para uma sabedoria da moderação, seguidos de estranha advertência

1. A moderação é uma dízima periódica complicada, que resulta da divisão quântica da ordem pelo impulso. 2. Como a ordem e o impulso sopram em variadas direções, a dízima desce, sobe, quebra e gira mais que biruta de aeroporto. 3. Quem orienta o vôo por essa biruta, há de reconhecer - nem que seja por intuição - os picos e as depressões do caminho. 4. Nos jovens, a moderação pode ser um desvio de conduta, ajustável com noites de insônia, carnavais e tropeços na rua. 5. Nos que entram em anos, ela pode tornar-se um ajuste de conduta: soma nutrientes, elimina toxinas, areja o terreno. 6. e permite que finalmente se cultive o jardim. Dá-me o jardim, senhora dona Gaia; mas não agora! Ou seria justo agora? 7. A linguagem preferencial da moderação é o humor espirituoso, que permite adiar a verdade sem antecipar a mentira. 8. Oportunismo, hipocrisia e espertezas tais não se confundem com a moderação; são ordem em pele de impulso, e vice-versa. 9. Também o cin

A gente vai brincando

Dia desses, voltei a visitar O Século de Augusto . Ia em busca da passagem em que Pierre Grimal atribui a paz entre Roma e Pérsia à consciência que cada império tinha de que o outro era o seu limite. Não encontrei a passagem e terminei me perdendo da crônica que tramava para cutucar Itália e Irã depois do episódio dos nus cobertos. Melhor assim! - diria Gerusa, a sábia de Santa Terezinha. Se melhor ou pior, não sei; mas encontrei o que não procurava: uma cutucada em Alexandre Vidal Porto. Pois não veio o doutor Alexandre com um papo de que os brasileiros não merecemos o Carnaval de 2016 por causa da violência, da zika e de tudo mais que, palavras dele, desfaz o país? Ai, meu bom Alexandre!  Quando foi que você começou sua conta de merecimentos? Quando D. Pedro II se instalou em Petrópolis para fugir dos mosquitos cariocas? Ou logo após a abolição da escravatura? Mas alguém aí pe rgunta: onde entra Pierre Grimal no chamado à ascese coletiva do doutor Al