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Mostrando postagens de julho, 2016

Últimas palavras

- Boa noite. - Boa. - O que o traz aqui? - Dor, muita dor. - Onde? - No dedo. Um corte. Na porcelana do vaso sanitário. - Vixe! Navalha na carne! - Hehe. Viu a peça? - Como? - Deixa. Nem eu. - E o dedo? - Não fui ao hospital na hora porque achei bobagem, mas a dor apertou, voltou a sangrar e, quando fui, passava de seis horas. - Não suturaram mais. - Não. Disseram que é lavar e proteger até cicatrizar. - Isso mesmo. Mais alguma coisa? - Sim, a dor. - ..? - Uma pomada, um analgésico, uma operação, alguma coisa pra - Lave, proteja e espere. - Mas já faz 10 dias, eu quero dormir em paz. - Quer um calmante? - Não, quero que ampute o dedo! - Boa noite, senhor. - Boa. Na calçada, considero cruzar a rua e acertar em cheio um carro veloz com o dedo indicador. Eu entraria triunfante na UPA. Agora sim, anestesie, opere, ampute, pelo amor de algum deus! Mas o carro parou antes da faixa. Efeito m