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Mostrando postagens de maio, 2016

Onde estão os pára-quedas?

Enquanto o leilão da presidência da República se desdobra, entre o Jaburu e a Jararaca, o cuspe e o descarrego, fico cá pregando metáforas com meus botões, não sei ao certo em qual das casas. E vejo a República surgir, das nuvens de ainda-verão, como um avião atravessando a turbulência em seus três eixos. De asa a asa, sacoleja a economia de um lado e chacoalha o sistema político do outro. Na longitude, a imprensa mete o nariz nas fendas do ar e, aterrorizada, a cauda da opinião pública grita. Lá dentro, na cabine infestada de comissários, pilot@ e copilot@ tentam se manter na vertical, disputam os pedais e o manche, ameaçam guinadas no leme ao nariz e à cauda, enviam torpedos. Balancem, asas! Descabele-se, tripulação! Vomitem, passageiros! Eis o avião da República, hoje como ontem. Obra extraordinária do engenho humano, tão forte quanto frágil, tão sustentável no ar quanto arremessável contra o mar, o monte, o vácuo das estrelas. Onde viajo? Por quem