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Mostrando postagens de agosto, 2017

Uma matinê

Dia desses, eu estava em um sebo do Rio de Janeiro em busca de edições antigas do Memorial de Aires quando uma mulher entrou na loja e se dirigiu ao dono, no caixa.  - O senhor compra livros usados? - É disso que vivo. - Estou perto do fim e não posso mais cuidar dos meus. - Quantos? - Vamos por partes. Primeiro, eu lhe trago uns quinze, depois outros quinze e assim por diante. Pode ser?  - Claro. A mulher ficou de voltar durante a semana, despediu-se e saiu engomando o corredor da galeria. Eu fiquei ali dentro, já esquecido do meu propósito, corroído de compaixão. Imaginei a saída dos primeiros quinze soldados, quando os outros sabe-se lá quantos ainda estariam em número suficiente para disfarçar a ausência das primeiras baixas. E me perguntei como ficaria a pobre velha quando só lhe restassem os últimos quinze, denunciando a dispensa do batalhão? Foi então que dei, sem querer, com um achado. Dez livros de Josué Montello, autografad