Um dos maiores prazeres da vida - depois de descobrir (e não revelar) a idade das mulheres que detestam a velhice - é fazer a feira. Não sei ao certo por que, mas colho aqui acolá uma pista. Talvez seja mania de solteiro solitário. Indo ao mercado, fio laços com os funcionários, fico sabendo dos seus dramas, deixo-os a par das minhas queixas e assim nos ajudamos a seguir adiante. Vejam o caso de (ela pediu sigilo quanto ao nome), coitada. Dois rebentos sadios e um marido doente. Um dos filhos, logo o varão, largou o emprego em Mangabeira VIII e foi tentar a sorte no Rio. - Mas isso de tentar a sorte no sul não caiu em desuso? - Pois é, eu disse a ele, mas... cabeça de jovem, né... vá entender! Depois que o filho partiu, passei a aliviar a amargura da mãe com chocolates. Ela retribui fazendo votos de que eu venda um milhão de livros e largue o emprego chato sem chatear mais uma mãe. E temos assim nossa comunhão dominical. Ou tínhamos. É que minha amigu
As crônicas de Thiago Lia Fook no Facebook