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Mostrando postagens de agosto, 2016

Dois em um

Um dos maiores prazeres da vida - depois de descobrir (e não revelar) a idade das mulheres que detestam a velhice - é fazer a feira. Não sei ao certo por que, mas colho aqui acolá uma pista. Talvez seja mania de solteiro solitário. Indo ao mercado, fio laços com os funcionários, fico sabendo dos seus dramas, deixo-os a par das minhas queixas e assim nos ajudamos a seguir adiante. Vejam o caso de (ela pediu sigilo quanto ao nome), coitada. Dois rebentos sadios e um marido doente. Um dos filhos, logo o varão, largou o emprego em Mangabeira VIII e foi tentar a sorte no Rio. - Mas isso de tentar a sorte no sul não caiu em desuso?  - Pois é, eu disse a ele, mas... cabeça de jovem, né... vá entender! Depois que o filho partiu, passei a aliviar a amargura da mãe com chocolates. Ela retribui fazendo votos de que eu venda um milhão de livros e largue o emprego chato sem chatear mais uma mãe. E temos assim nossa comunhão dominical. Ou tínhamos. É que minha amigu

Notinha por amor à língua portuguesa

Cármen Lúcia é aquela ministra do STF que, certa vez, tomou a palavra numa sessão em que seus colegas discutiam a rebimboca da parafuseta, num português que o padre Vieira teria desancado no Sermão da Sexagésima, e disse: "Senhores, se nós ficaremos aqui debatendo madrugada adentro, vamos pelo menos aumentar a temperatura do ar condicionado, que eu estou congelando." Os ministros não riram (ministro de STF ri?), mas encerraram a sessão. Graças a Carminha, que ganhou minha admiração. E continua com ela. Afinal, também foi ela quem fez uma honrosa advertência em outra ocasião: "Isso de ser chamado de Excelência é perigoso, porque a pessoa termina acreditando que o é de verdade." Meu respeito a Cármen Lúcia, portanto. Assim como a quem opina que ela foi grosseira com Dilma, desde que a mesma pessoa diga que é grosseria pegar na língua de Temer por causa da mesóclise. Grosseria o cacete.  Agora, por amor à língua portuguesa, v