Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2019

Duas notas

Durante algum tempo, Júlio César foi minha preferida das cinco ou seis peças de Shakespeare que li ou vi encenadas. Não por César, Antônio ou o povo romano, esses três fios explosivos por onde se tece a linha pública do drama. Mas por Bruto, o jovem Bruto, em cuja mente Shakespeare mergulha para nos dar o que interessa: o conflito humano. "O pobre Bruto em guerra contra si / esquece o amor devido aos outros homens" - eis a pedra que me parece angular. Por descender de quem expulsou o último rei de Roma, Bruto deve liderar a conspiração para salvar a República. Por amar César, entretanto, Bruto reluta em aceitar o encargo que os patrícios querem atar ao seu punho. O personagem do século XVI faz a figura histórica do século I a.C. encarnar o dilema moderno da emoção contra o dever. Vence o dever, mas não a República. E Bruto morre. * Mas eis que me chega às mãos o Romeu e Julieta traduzido por José Francisco Botelho para a Companhia das Letras.