Para Alana Agra Uma festa de 15 anos. Era o embalo do sábado à noite. Paletó ao Sol para tirar o mofo, gravata se espreguiçando na cama e os sapatos de festa pedindo uma visita ao engraxate no Café Aurora. Ir ao Centro é voltar ao Centro. O Centro da loja de vovô, da Defensoria Pública na sobreloja do Lucas, onde estagiei em Direito & Miséria, o Centro da Cultura - não a de Eva Herz, a de Juarez. "Aceita pix?" - perguntei ao engraxate, que não era mais o mesmo homem sisudo por trás de um bigode, cujo nome esqueci. Faz anos que não vejo dinheiro e já nem lembro a senha alfanumérica de saque. "Pode deixar que a gente se resolve". Dois pés na fila. Fui fazer hora na livraria de minha juventude, onde desejava os livros que não podia comprar e comprava os livros que não desejava ler. A desgraçada sorte de ser um vitoriano nos trópicos. De cara na entrada, uma epopéia de Gerardo Mello Mourão foi pedindo licença para ir comigo e cantar. "Ai flores do verde pinho /
As crônicas de Thiago Lia Fook no Facebook